MERITOCRACIA É UMA BALELA

Anna Wiener, jovem escritora americana de Nova York (32 anos) que estudou sociologia, diz com todas as letras que “o conto da meritocracia na indústria tecnológica é uma balela”, autora de Uncanny Valley (“Vale da Estranheza” numa tradução livre). Ainda sem tradução para o português.

Escritora chegou à Califórnia em busca da promessa de felicidade e de que venceria “apenas” pela sua competência, se viu em um universo ferozmente competitivo e machista do Vale do Silício, o berço da tecnologia digital, onde surgiram grandes empresas como Apple e Google .

O livro é a sua própria vivência no interior do Vale do Silício, o mundo das tecnológicas e da cultura do trabalho e empreendedorismo que San Francisco exportou para o restante do planeta. Wiener, acreditava e defendia a meritocracia, mas em menos de três anos passou a ser uma apóstata. Ela fala no “conto da meritocracia, essa crença tão popular aqui de que ideias e trabalho árduo serão suficientes para fazer com que as pessoas sejam naturalmente escolhidas por seus talentos é uma das maiores balelas que já surgiram na indústria de tecnologia”.

O Vale se tornou um local anti-intelectual, acredita Wiener que recompensou a velocidade e a capacidade de monetização acima da contemplação e da pesquisa. A cultura da intelectualidade é superficial. “É movido pela filosofia gerencial e de interesse do capital. É muito interessante que os grandes pensadores do Vale do Silício sejam capitalistas de risco. Isso é muito estranho para mim, mas muito americano. É assim que se consegue que alguém como Mark Anderson se torne um pensador. E quem é Anderson? Um empreendedor que teve um trabalho muito importante com buscadores. Fez muito dinheiro quando jovem e passou para o venture capital.

Fontes e Imagens: El País

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