MINHA AUTOESTIMA

Imagem de StarFlames por Pixabay 

Pirenópolis, terça-feira, 7 de março de 2023. Ontem cheguei de Goiânia numa pensativa viagem de autocarro (ônibus) a cidade de Pirenópolis. Me senti injusto com meus vinte anos que aqui estive, pois, fiquei os últimos meses sempre a buscar a “felicidade” em outros mares. Ontem e durante os últimos meses, falei tanto em que “mudar era preciso”, mas não estava a perceber que não era do lugar físico, e sim, uma mudança em relação ao meu sentimento por mim.

Estava eu, disposto a fazer qualquer sacrifício para buscar esse lugar, sem me preocupar com a minha autoestima. Me sentia constantemente culpado. Perdi a leveza de ser um ser livre e estava a agir de forma lamentável para mim e/ou para as pessoas à minha volta.

Estava a buscar o meu sucesso pessoal, a comparar com os outros. A minha alegria e sofrimento não é o mesmo de uma outra pessoa. Não devo me comparar, e sim fazer o que me faz bem. Os erros que cometi no passado não quer dizer que vou cometê-los novamente. Os conceitos que criei ou que os outros criaram não podem me aprisionar. Não vou deixar que um erro cometido seja razão para desanimar. Devo perdoar os outros, mas, principalmente perdoar a mim mesmo.

Tenho de recuperar a confiança em mim. Buscar forças e voltar a confiar nos meus movimentos e para poder levar a vida para onde eu desejo. Acreditar piamente que vou ter sucesso. Agradecer as boas coisas ao meu redor e especialmente o bem que tenho dentro de mim e nas ações que fiz na vida. Comemorado com alegria merecida, os objetivos alcançados. Pois foi o melhor que tinha condições de fazer naquele momento.

O mais importante ato de crescimento da autoestima é viver o presente. Não importa o que eu já fiz ou o que irei fazer, o que eu posso fazer neste momento para ser mais confiante e me alegrar mais. 

Viver no presente é o melhor presente que posso me dar. E se o presente não está bom, mude sim e rápido.



MUDAR É PRECISO

Imagem de vasanth kumar por Pixabay

Goiânia, segunda-feira, 6 de março de 2023. Mudar de opinião é uma parte natural do processo de aprendizado e desenvolvimento pessoal. É importante lembrar que ninguém sabe tudo e que estamos constantemente expostos a novas informações, ideias e perspectivas que podem mudar a maneira como vemos as coisas. O importante é ser honesto consigo mesmo e com os outros sobre suas opiniões e estar disposto a mudar quando necessário.

Estou a mudar minhas postagens, em relação ao meu trabalho do Andante e percebo, que acabo sempre a aumentar o meu tempo de trabalho técnico de postar no blog e nas redes sociais. Pare com isso, mude. O que eu quero é ter um conteúdo que expresse meus sentimentos e que ele venha ajudar as pessoas. Não quero ficar o meu tempo todo a olhar um ecrã (monitor) e não ter tempo de viver a vida. Não quero ganhar seguidores e “bombar” na internet. Quero sim, interagir, falar e principalmente ouvir as ideias das pessoas inteligentes e éticas que conheço ou vier a conhecer por esse mundão afora.

Não há nada de errado em mudar de opinião, desde que isso seja feito com base em novos conhecimentos, sentimentos e reflexão cuidadosa. É importante estar aberto para ouvir diferentes pontos de vista e considerar diferentes perspectivas, pois isso pode ajudar a expandir nossos sentimentos sobre a vida

Por falar em mudar, hoje pago um alto preço por não ter mudado, não ter dado o devido valor e atenção a quem tinha a obrigação de fazê-lo. Não mudei meu comportamento a décadas atrás, sempre “apoiado” em mil desculpas esfarrapadas. Muito triste e terrivelmente verdadeira essa constatação. Por causa da minha falta de responsabilidade, causei para alguns, um  processo irreversível de ruptura, pois, nenhum dos envolvidos mudou de opinião ou simplesmente perdoou.  

Hoje é aniversário dos meus filhos gêmeos. Um feliz aniversário para vocês!

REVER AMIGOS

Imagem Carlos Pojo Rego

Goiânia, domingo, 5 de março de 2023. Como é bom rever uma pessoa querida, tem amizades que nunca diminui da sua intensidade, posso ficar muito tempo sem ver a pessoa e no encontro parece que foi ontem que estivemos juntos.

Mas antes de botar todo o papo em dia, pois fazia anos que não nos víamos, a viagem de Pirenópolis a Goiânia de autocarro (ônibus), teve um final “quase” em Goiania, pois fiquei na beira da pista. Achei incrível a falta de respeito do motorista na argumentação que a viagem acabaria ali e cada um deveria ir embora por sua conta e risco. Falei que tinha contratado um serviço de transporte da rodoviária de Pirenópolis até a rodoviária que não tinha sido comprido, era da responsabilidade da empresa nos levar até ́ a rodoviária. Mas como bom brasileiro, acabei por pegar um Uber e ir até o local onde minha amiga estava a me esperar. 

Mas, no final das contas, o importante é que eu consegui chegar junto da minha amiga e aproveitar a companhia até dela e de seus amigos. Fomos comer e encontrar seu irmão, um verdadeiro lorde inglês de uma fantástica consciência política e sapiência cultural, incrível como ambos têm essas capacidades invejáveis. Pessoas como eles são cada vez mais raras hoje em dia. Estavam acompanhados de outros 3 amigos e como sempre foi um papo enriquecedor e que deu uma polida no meu cérebro, que aliás, estava a precisar de um pouco de finesse neste mundo de brutos. Obrigado amigos.

Antes de ir para um simpático e simples hotel, aquele do tipo “perto da rodoviária”, ainda fiquei me deliciando com o sorriso e a espontaneidade da minha amiga numa conversa descontraída na sua casa. E como sempre, fizemos juras de um dia, daqui a muito tempo, quando ficarmos velhos, um vai cuidar do outro para sempre.

Bons e amigos dias para ti também!

VOLTAR ATRÁS

Imagem de Carlos Pojo Rego

Pirenópolis, sábado, 4 de março de 2023. Me sinto desconfortável ao voltar a um lugar onde já morei, mesmo se a experiência anterior foi positiva, como é o caso de Pirenópolis, em Goiás. No entanto, é importante lembrar que cada experiência é única e que talvez você possa descobrir novos aspectos da cidade que não conhecia antes.

Muitas vezes me pego tendo sonhos e planos para a minha filha caçula, Flora, que mora em Pirenópolis, mas é sempre importante lembrar que cada pessoa tem seus próprios desejos e vontades. Embora seja natural que queiras compartilhar das paixões e experiências com aqueles que tu amas, é essencial respeitar suas escolhas e deixá-los seguir seu próprio caminho. O mais importante é que tu possas incentivar e apoiar teus filhos em seus sonhos, mas sempre com o entendimento de que são deles e não seus.

Desejo-lhe a ela uma jornada cheia de aventuras e descobertas, e que ela possa encontrar a felicidade onde quer que esteja. 

Lembre-se sempre de olhar para frente e para cima, em direção a novas possibilidades e oportunidades.

Crise

Imagem de Rudy and Peter Skitterians por Pixabay

Pirenópolis, sexta-feira, 3 de março de 2023. Tenho um amigo que está a passar por um momento difícil. Está  a completar 40 anos, que é um marco significativo na vida de alguém e muitas vezes é um momento de reflexão e reavaliação.

É comum sentir ansiedade e incerteza em relação ao futuro nessa fase da vida, mas é importante lembrar que isso é normal e faz parte do processo de crescimento e mudança. É importante que meu amigo saiba que ele não está sozinho e que há muitas pessoas que passam por isso também.

Meu amigo está se sentindo desmotivado e isolado, e ainda isso pode piorar a situação. Encorajei a procurar ajuda profissional, como um psicólogo ou terapeuta, que pode ajudá-lo a lidar com esses sentimentos e desenvolver estratégias para superá-los. Além disso, é muito importante incentivá-lo a sair de casa e participar de atividades que lhe interessam pode ajudá-lo a se sentir mais conectado e energizado.

Lembrei a ele de que é normal não ter todas as respostas e que a vida é uma jornada que envolve altos e baixos. Encorajei-o a definir pequenas metas e objetivos e a trabalhar em direção a eles. Isso, sem dúvida, vai ajudá-lo a sentir-se mais positivo e motivado.

Acima de tudo, é importante oferecer meu apoio e compreensão. Mesmo pelo pouco espaço de tempo que vou ficar na cidade. Às vezes, apenas estar lá para ouvir e apoiar pode ser muito valioso para alguém que está passando por um momento difícil.

Um dia bem motivado para todos.

CARTÃO DO CIDADÃO

Imagem de Eduardo Pojo do Rego

Brasília, quinta-feira, 2 de março de 2023. Quando cheguei na rodoviária de Brasília, sem demora chegou meu filho, Eduardo, e fomos à embaixada de Portugal pegar o meu cartão do cidadão, com direito a foto na placa de embaixada.

Sem dúvida nenhuma é para mim um momento muito especial, foram quase 4 anos que coloquei dinheiro, tempo, documentos, telefonemas para Portugal. Sem dúvida o que mais complicou foi o atestado de que não tinha cometido crime na França e nos Estados Unidos, países que já morei. Esse último foi uma verdadeira batalha, pois o documento é emitido pelo FBI – Federal Bureau of Investigation em Washington, DC, EUA. Por incrível que possa parecer tive de fazer minhas impressões digitais da forma antiga, aquelas com tinta, rolo e muito tempo na pia com água e sapólio para tirar a tinta dos dedos. Foram duas tentativas: a primeira foi em uma delegacia de polícia em Anápolis, mas como a tinta estava velha, por que não se usa mais esse sistema no Brasil, agora é eletrônico e digital, apesar da boa vontade dos policiais não ficou boa e não foi aceita pelo FBI. Segunda tentativa que fiz na Polícia Federal e foi aceita. 

Com essas idas e vindas, perdi o prazo da documentação em Portugal. Aí mais do que nunca devo a Dra. Gislaine Guerreiro, conseguiu mais tempo de prazo, me ajudou e incentivou desde o começo do meu processo. Outra pessoa que me ajudou em outro momento crucial, foi quando precisei fazer a tradução juramentada do documento que chegou do FBI do inglês para o portugues e não tinha dinheiro. Flora Lis, minha mais jovem filha, vendeu a televisão por 700 reais, que eu tinha lhe dado e paguei os 688 reais dos custos. Obrigado meninas.

Bons e viajantes dias a todos.

PARA BRASILIA

Imagem de Carlos Pojo Rego

Guapimirim, quarta-feira, 1 de março de 2023. Acordei cedo, mas atrasado para pegar um Uber, trata-se de um apelido, pois aqui nenhum utiliza o aplicativo, fala-se diretamente com o motorista por WhatsApp, e ele já estava a esperar-me na rua da casa. Desci a montanha até a paragem (ponto de ônibus) do ônibus que me levará ao Rio de Janeiro, paguei 30 reais e peguei o autocarro (ônibus) às 5h30 com um gélido ar condicionado e depois de 3 horas fiz os 61,5 km de estrada, paguei mais 25,50 reais pelo bilhete. É muito difícil viver na cidade maravilhosa, sempre encontro trânsito difícil no Rio.

No terminal rodoviário do Rio, aliás, muito bom, limpo e bem conservado, fiz o meu pequeno almoço (café da manhã) uma porção com seis minis pães de queijo e uma chávena (xícara) de café coado, por 11 reais, desisti de um outro café (lanchonete) que me pediu 17 reais pela mesma coisa. Almocei um ravioli ao molho de tomate, com mate e limão.

Depois fui para a sala VIP da empresa de autocarro (ônibus) com ar condicionado também gélido (sem pulôver, por aqui, simplesmente fico congelado), um ótimo wi-fi, uma mesa e uma cadeira para escrever no computador portátil (notebook). Depois vou almoçar e continuar a longa viagem, com exatamente  1.245,3 km, até Pirenópolis, mais de 34 horas, incluída as esperas entre as conduções.

A noite toda a viajar, aliás uma ótima viagem, pois para mim a poltrona vira uma cama de casal em um hotel, durmo a noite toda.

Conversei com a minha vizinha de lugar, uma jovem que formou-se em medicina na Argentina e Paraguai, contou-me suas peripécias até a formatura, faculdade e trabalho ao mesmo tempo. Dia 5 de março vai fazer uma difícil prova, o “revalida” para poder fazer a residência e validar o seu diploma no Brasil.

Bons e viajantes dias a todos.

PLANEAR E VIAJAR

Imagem de Carlos Pojo Rego

Guapimirim, terça-feira, 28 de fevereiro de 2023. Na viagem que faço amanhã para Brasília, pesquisei, como sempre, a Buser com seu preço imbatível, o menor do mercado, 265 reais. A dificuldade que sai da rodoviária do Rio às 7 horas, o que obriga dormir na cidade ou pagar um Uber de madrugada de Guapimirim ao Rio, mais uns 250 reais.

Por isso optei pelo autocarro (ônibus) tradicional, que sai do Rio de Janeiro às 12h30, mas custa mais de 400 reais. Assim posso ir de autocarro (ônibus) de Guapimirim ao Rio de Janeiro e pago 14 reais, leva 1h30 de viagem, isso se não tiver os engarrafamentos típicos das estradas que chegam a cidade maravilhosa. 

Quando chegar em Brasília, se não atrasar, ainda vou ter uma carona super, do meu filho Dudu, que vai me pegar na rodoviária e me levar na embaixada de Portugal para pegar meu cartão do cidadão até as 9 horas da matina. Nossa, estou muito feliz de encerrar essa etapa burocrática que durou mais de 4 anos, e poder viver meu sonho português. 

Durante o dia, depois de um filé de peixe com molho branco puxado no alho e cebola, acompanhado de batatas cozidas, fatias de tomates e gorgonzola regado no azeite de oliva. Sem muita modéstia, realmente estava muito bom. 

Depois do almoço, começamos a pensar nos próximos dois projetos no Brasil, Ernest Götsch (Bahia) e Kayapó (Pará) em maio, e a mudança com armas e bagagem “em mares nunca dantes navegados”, como bem diz o poema épico de Camões, “Os lusíadas”, que aliás flora muito bem o espírito aventureiro de “nós” portugueses.

Bons e deliciosos dias a todos.

NOVOS PROJECTOS

Imagem Carlos Pojo Rego

Guapimirim, segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023. Começa o dia a  levar Esmeralda a linda fusca 61 do meu amigo alemão para a oficina.

No caminho me sentia feliz e empolgado, como “um pinto no lixo”. Pois, volto a gerenciar projetos. Mas antes vou a Brasília, na quinta-feira, na embaixada de Portugal, depois de quase 4 anos de “espera” pegar o meu cartão do cidadão português. Depois ir a Pirenópolis, ver minha filha, Goiânia, ver uma amiga, Brasília falar das redes sociais e volto para Guapimirim.

Ao chegar, vou começar, como gerente de projeto, com o Micha (fotógrafo), o projeto de um ensaio fotográfico da colheita dos frutos, produzidos pelo sistema da agrofloresta ou agricultura sintrópica, na fazenda Olhos d’Água, na região cacaueira na Bahia. Esse termo foi criado e desenvolvido por Ernest Götsch, suiço nascido em 1948. As fotos  irão compor o projeto Vizinhos Distantes, junto com fotos de outros lugares no Brasil e em outros países como a Índia, a China e quem sabe a África do Sul.

Temos muito que planejar para produzir e realizar esse ensaio fotográfico; pesquisar, localizar contatos, compactuar agendas, revisar os equipamentos necessários, passagens aéreas, aluguel de carro, hospedagem e alimentação. Ótimo estar na ativa. Esse projeto deve durar uns 30 dias.

Logo após, mês de abril, iremos fazer um outro projeto que fará parte dos Vizinhos Distantes, com os índios Kayapó em Novo Progresso no Pará, com o tema de agricultura orgânica. 

Em maio estarei pronto para a nova vida na terrinha portuguesa. Portugal e eu precisávamos nos encontrar e agora sinto que essa realidade nunca esteve tão próxima. Já estou a sentir o gosto doce do pastel de nata e do bacalhau grelhado, azeite de olivas, batatas, azeitonas e um vinho da região do Dão tão portugues.

Bons e deliciosos dias a todos.

NADA COMO UM BANHO DE DESCARREGO  

Imagem de Carlos Pojo Rego

Guapimirim, quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023. Parece que tudo ficou mais claro e meu mau humor melhorou. Ontem consegui parar de reclamar e partir para fazer. Finalizei alguns itens que já estavam a petrificar de tanto esperar. No penúltimo dia de Carnaval consegui com a ajuda de um profissional incrível, que achei num site (workana) de busca de prestadores de serviços, colocar o meu domínio profissional no wordpress, (andanteedigital.pt) e no Google Suite um e-mail profissional (carlos@andanteedigital.pt), que mantém todas as facilidade de um Gmail. Sem dúvida nenhuma, eu senti uma conspiração do bem, pois além de resolver as minhas dúvidas, ele não cobrou nada. 

Parece que quando estamos nos sentindo bem e com pique, os sininhos não tocam e por isso as bruxas ficam a dormir e não vem nos incomodar. 

Estava precisando ver algo legal acontecer, e passou a acontecer. Recebi a carta que o meu cartão do cidadão português chegou na embaixada em Brasília. Vou o mais rápido possível buscá-lo. 

Estava a ser um pessimista contundente de tempo integral, sem eira nem beira. Impressionante quando estamos bem atraímos o bem. Vou comemorar, tomar um banho na piscina de água corrente, tomar uma taça de vinho português, comer uma massa caseira com molho de tomates e cogumelos, rever alguns dos meus jovens e outros não tão jovens novos amigos do condomínio e jogar conversa fora no Kioscaneca.

O banho foi na super ducha, que é um cano de uns 20 cm de diâmetro, que sai da represa do riacho, bem forte e que massageia o corpo, uma delícia. Felizmente tinha bem menos pessoas no local, que torna-o mais agradável. 

Estava tão empolgado, que fui e voltei a pé, da casa ao riacho, primeiro uma descida bem íngreme que força as panturrilhas e depois na volta uma subida que não acaba nunca.

Mas cheguei vivo e com um sorriso de felicidade estampado na cara.