ENSAIO FOTOGRÁFICO

Imagem de Carlos Pojo Rego

Brejal, RJ, quarta-feira, 25 de janeiro de 2023. Hoje vamos começar a produção fotográfica na ONG Vira-Mundo no Frejal, distrito de Petrópolis.

Estou cheio de expectativa e nervoso, com esse novo trabalho, são anos passados em produção cultural que voltam com força excitante no meu corpo, me sinto um adolecente maduro, não sei se esse sentimento existir, mas o sinto.

A modelo Aninha, coreografada por Cristina e fotografada por Micha teve um desempenho além das expectativas, houve uma entrega total do corpo e de sentimento. Esse trio passou por vários espaços, pedras, ar e água, nesta última houve uma simbiose total. Não tenho dúvida que foi criado um ambiente de interação entre os envolvidos que certamente irá gerar resultados importantes. 

Me senti totalmente envolvido com o desempenho criativo de todos, foi uma injeção de adrenalina no meu coração, que sem dúvida estava a precisar. Que bom sentir na pele essas emoções e agradecer por estar verdadeiramente vivo. 

Novamente deparamos ao voltar, agora sem chuva, com aquela estrada estreita e sinuosa que atravessa um mar de montanhas e florestas pelas terras cariocas. Nos dividimos, uma parte para o Rio de Janeiro, outra para Itaipava e outra para Guapimirim, cansados, mas felizes com a consciência de um bom trabalho realizado.

Gastei com o café da manhã R $15,30 e depois R $100,00 com as duas diárias da pousada. Em Posse, já na volta para Guapimirim, fiz um meio lanche, almoço por R $16,90. Total gasto no dia R $132,20. Acumulado no mês é de R $2.365,82

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LELÉ, O COLECIONADOR

Imagem de Carlos Pojo Rego

Guapimirim, domingo, 22 de janeiro de 2023. Continuo a dormir como um anjo, o lugar é simplesmente maravilhoso para relaxar. Estava a precisar muito dessa paz, tranquilidade e por isso estou tendo a condição de trabalhar melhor.

Pela manhã depois do café (pequeno almoço) sentamos e começamos a falar sobre marketing digital com o Polemmico DVJ, que tem um muito bem visualizado canal no Youtube com 38 mil inscritos e 16 milhões visualizações. Falamos de como crescer as nossas redes sociais, novos projetos (projecto), técnicas de produção de vídeos, som, imagem e muito mais, com algumas escapadas e escaramuças entre as ideias de Lula e Jair.

Depois, próximo ao meio-dia, fomos conhecer um senhor que pratica agrofloresta na região e marcamos visita-lo na segunda que vem. Na volta no velho e valente fusca 62, entramos à esquerda e conheci o Lelé, aquela figura mineira que vive há décadas em Guapimirim, que coleciona tudo que lhe chama atenção, mas também reconstrói objetos para outras finalidades ou simplesmente os conserta. Um contador de histórias cheias de verdades e de mentiras.

No final do dia, foi a vez de exagerar a convite do Michael, para tomar cerveja no Kioscanela a beira do riacho. O resultado estava previsto e aconteceu, bem de acordo com a lei de Murphy, garantirá uma ressaca na segunda-feira. Cheguei em casa, tomei banho e fui para cama …

Não gastei nada. Acumulado no mês é de R $2.108,22

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ROCK DAY

Imagem Carlos Pojo Rego

Guapimirim, sábado, 21 de janeiro de 2023. Ótima noite de sono, apesar da pressão da magnitude da natureza em minha volta, com suas árvores enormes dentro de uma floresta fechada.

Depois do café da manhã (pequeno almoço) sempre acompanhado com muito papo, fui apanhar o Polemmico DJ com o fusca que estava no pé da colina a pé. Ótima figura, vegana que preparou um delicioso almoço com minha ajuda nos descascar e no corte e o toque da mis en place da Cristina, ficou tudo très chic, como ela.

Trabalhei para atualizar o site (sítio) e as redes sociais que estavam desatualizadas até às três horas, pois depois íamos à feira de venda de discos de vinil promovida pelo DJ e Michael, no bar Kioscaneca perto de uma piscina de água corrente, no próprio condomínio do Michael, o Parque Serra da Caneca Fina.

Muito rock dos anos 70, 80 e 90 com vídeo das bandas, foi uma ótima recordação de verdadeiras pérolas do rock internacional neste nosso mundo sertanejo. Tomei duas coca-colas e gastei R $8,00.

Conheci algumas pessoas interessantes e outras não tão interessantes, e comemos, dançamos uns explícitos e outros implícitos. Foi divertido e alegre. Tive um esclarecedor conversa com a Cristina sobre eu focar somente no que eu realmente quero.

Gastei R $8,00. Acumulado no mês é de R $2.108,22


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LIBERDADE

Imagem de Carlos Pojo Rego

Impressionante como várias pessoas tem medo da liberdade, hoje percebo muito bem isso, mas foi a muitos anos, que pela primeira vez percebi esse medo, foi no filme Easy Ride, aliás, um filme sobre a liberdade. Em um diálogo no filme entre os três principais protagonistas: Billy (Dennis Hopper), Billy (Dennis Hopper) é finalizado por George Hanson (Jack Nicholson), com esta pérola: 

“É verdade, é legal (a liberdade) mesmo… Mas falar dela e vivê-la são duas coisas diferentes. É difícil ser livre quando se é comprado e vendido no mercado. Mas nunca diga a alguém que ele não é livre… Porque ele vai tratar de matar e aleijar para provar que é. Eles falam sem parar de liberdade individual… Mas, quando veem um indivíduo livre, ficam com medo.”

Ser livre não é uma tarefa fácil, com tantas responsabilidades e dependências tanto financeiras quanto psicológicas essa tarefa torna-se cada dia mais difícil para todos, neste mundo consumista e de busca insistente de galgar status que fica cada vez mais alto. 

Mas a liberdade está ligada à livre escolha dos teus ideais de vida. Devemos então viver e deixar os outros viver. Por isso esta frase; “Eu discordo do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”, apesar de nós sempre ouvimos que esta frase era de Voltaire, na realidade foi escrita pela sua biógrafa, a escritora inglesa Evelyn Beatrice Hall, é a frase icônica, que simboliza o direito de livre expressão.  

Nessa luta tão desigual, hoje em dia, entre o opressor e o oprimido, o maior perdedor é a liberdade, pois, na nossa sociedade, governada pelos interesses de grupos e das classes dominantes, temos de buscar uma solução pela “educação como prática da liberdade” A verdadeira liberdade do indivíduo, tem que ter como seu gestor o próprio indivíduo e a necessidade de descobrir-se e conquistar-se como sujeito de seu próprio destino.

Qualquer forma de convencimento é uma forma de opressão.

o livro do desassossego

Imagem de Carlos Pojo Rego

O Livro do Desassossego, um romance de Fernando Pessoa, mas “escrito” por Bernardo Soares um dos seus vários heterônimos. Que difere do pseudônimo, pois, o heterônimo constitui uma personalidade própria e por vezes diferente do “verdadeiro” escritor.

Sem uma narrativa tradicional o livro são fragmentos de pensamentos, escritos entre 1913 a 1935, avulsos, embaralhados e sem uma noção de tempo.

“O que temos aqui não é um livro mas sua subversão e negação” escreve o pesquisador Richard Zenith na introdução da edição que li no livro.

Mas suas páginas revelam o gênio de um autor no seu auge.

O livro deste mês era o de Mia Couto, “Terra Sonâmbula”, mas acabei de começar dezembro a ler Pessoa. Couto fica para janeiro. 

ver não É olhar

Imagem Carlos Pojo Rego

Apenas folhas roxas caídas por terra, o simples é belo, mas não basta apenas ver tens que olhar intensamente.

Ver é sem interesse, com propósito de apenas tomar conhecimento de que algo existe, mas sem necessariamente internalizar a sua existência. Ver é reto, sintético e imediato.

Olhar, é um compromisso, uma responsabilidade, uma contemplação.

Por sua vez, necessita atenção especial, um momento dedicado a aquela ação. Olhar é sinuoso, analítico e mediado.

Se tu apenas vê, passe a olhar, se já olhas, então continue …

terra sonâmbola

Imagem de Carlos Pojo Rego

Sei que em Terra Sonâmbula, livro de Mia Couto, vou me sensibilizar pela dinâmica das histórias: da dupla Muidinga e Tuahir e a de Kindzu, o personagem narrador dos diários. E viver por momentos em um país, Moçambique, em meio a uma guerra civil que durou de 1977 até 1992, com a sua destruição já consumada e a necessária reconstrução ainda por chegar.

No livro vou deparar com as ruínas que essa guerra deixou, os escombros materiais e principalmente os espirituais.

Vai ser meu livro do mês de dezembro.

ANDANTE E DIGITAL

Imagem Carlos Pojo Rego

Andante passou os últimos seis meses a escrever o curso “Como ser um Andante e Digital”, foram horas de dedicação aos seis capítulos que o curso está dividido.

Usou a plataforma da Hotmart para montar o curso. Estará disponível na web, para os futuros alunos, no primeiro semestre de 2023.

O curso propõe uma vida minimalista, sustentável e feliz. Baseado na experiência pessoal do Andante, que a viveu, em tempo integral, nos últimos 10 anos. Todos seus bens cabem em duas mochilas e uma mala de mudança. 

Nestes anos dedicou-se a trabalhar de forma remota, pela internet e mudou de cidade ou de país quando quis. Sempre buscou aprenda com os fazeres dos locais próximos e, por vezes, não tão próximos da sua morada.

Venha conhecer e viver, em breve, como um Andante e Digital.

Viagem a Portugal

Imagem Carlos Pojo Rego

O livro, “Viagem a Portugal” de José Saramago (1922-2010), que se somam aos maravilhosos, “Ensaio sobre a Cegueira” (1995) e “O Evangelho segundo Jesus Cristo” (1991), esse último, o escritor ganhou o prémio Nobel (1998), foi a leitura do Andante, no mês de novembro.

Saramago, escreveu em um artigo dizendo que “o fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite. É preciso voltar aos passos que foram dados, para os repetir, e para traçar caminhos novos”. 

O livro inspirou o Andante a conhecer e rever os lugares de um Portugal profundamente lindo, falado através das poéticas palavras de Saramago.

meritocracia: a tirania do método

Imagem Carlos Pojo Rego do Andante e Digital

De acordo com o filósofo Michael J. Sandel, as democracias liberais estão em risco. O princípio da meritocracia, um de seus pilares básicos, é o responsável por esse cenário, como podes perceber ao ler esse magnífico livro “Meritocracia – A tirania do método: o que aconteceu com o bem comum?”. Que o Andante leu em novembro.

A nossa sociedade que vive em constante competição, de uma maneira muito injusta, separa o mundo entre a arrogância dos “ganhadores” e culpabiliza os “perdedores”. O resultado concreto é uma sociedade com uma desigualdade social que vem a aumentar nos últimos anos, e “gera uma onda coletiva de raiva, frustração, populismo, polarização e descrença em relação aos governos e aos cidadãos”. A resposta se manifesta, no aumento da xenofobia e no crescente apoio público de figuras autocráticas que testam os limites das normas democráticas, como nas eleições de Trump, nos Estados Unidos (2016), e de Bolsonaro, no Brasil (2018). 

Sandel nesse livro, propõe uma ética diferente e dignificadora, o sucesso deve ser em prol da coletividade, guiado pela humildade e pela compreensão do papel do acaso na vida humana. Somente assim a criação real das oportunidades poderá ser, a melhor direção para as democracias e para o bem comum.