SEM DOMICÍLIO FIXO

Imagem de Carlos Pojo Rego

Viver com apenas duas mochilas e não ter domicílio fixo, não é uma coisa que as pessoas entendam facilmente. Alguns pensam que eu estou de férias, ou vou voltar para a “minha” casa ou ainda, é apenas uma “pegadinha”.

Mas tudo isso aconteceu num processo longo e consciente de busca de liberdade, sem amarras e poder conhecer pessoas e lugares pelo Brasil e pelo Mundo.

Muitas pessoas acham que é impossível fazer tudo isso que eu faço com tão pouco dinheiro, que tenho uma reserva e a uso todos os meses. Na realidade essa proposta de vida é fruto de planejamento, desapego e organização. Tenho uma aposentadoria do INSS por idade e presto serviços, sempre de forma remota, para gerenciamentoi de projetos culturais. Essas duas rendas me dão a condição de bem viver.

Viajo de ônibus, uso muito a empresa Buser (o Uber dos ônibus), fico em quartos em residência de moradores da cidade e alugado por mês, também na casa de amigos (quando convidado) cozinho na residência, como pouco fora de casa, não corto cabelo em barbearias (tenho a minha máquina de cortar cabelo, tenho pouca roupas; 4 pares de calçados (tênis, bota montanha, alpargatas e chinelo havaiana), 2 cassacos (linha e lã) e 1 casacão para o frio, 3 calças jeans, 5 cueca, 4 meias de algodão, 2 meias de lã, 6 camisetas, 2 camisas polos, 1 boné e uma capa de chuva. Tenho para trabalhar um computador portátil, um celular, um bastão de autorretrato, tenho um plano de Internet e assino a Amazon Prime, onde compro um livbro pór mês e Mubi com ótimos filmes cult. Só compro um equipamento ou vestuário quando estão muito velhos ou estragados e sempre que possível são consertados. Isso tudo fazem a diferença e tornam essa “aventura” realizável.

Experimente viver com menos e verás que é realmente possível. Viver sem amarras, de forma bem simples e feliz.