COMO VIVER EM UMA VAN E VIAJAR O TEMPO TODO?

Lendo o meu livro do mês, “Nomadland”, escrito pela jornalista Jessica Bruder, um livro que eu adorei do começo ao fim, pois, tem a ver com a fase atual de minha vida, de viver como o Andante Digital – Viajar e Trabalhar de maneira permanente pelas cidades do Brasil e do Mundo. Jessica fala na página 86 que Linda, a protagonista do livro, descobre um sítio (site) na internet cheaprvliving.com, escrito por Bob Wells, que prega o anticonsumismo de “viver feliz com menos”.  

Bob escreve no seu blog, “A chave é eliminar a maior despesa que a maioria de nós temos, nossa moradia. Ele passou a morar numa van (carrinha) pelos últimos 25 anos.  O blog responde perguntas e sugere opções de veículos e acessórios para se viver em “casas com volantes” Uma das perguntas mais frequentes é: “Mas como posso pagar para viver em uma van (carrinha) e viajar o tempo todo? “Bob tem a resposta na ponta da língua: “Como você pode se dar ao luxo de não fazer isso?” 

E na primeira página do seu blog coloca uma tabela com dois orçamentos (um de 500 dólares americanos por mês e outro de 1.000 dólares americanos por mês), eles mostram quão pouco dinheiro você precisa para viver e viajar em tempo integral. 

$500 p/ mês$1.000 p/ mêsDescrição dos itens
$50$150Poupança para manutenção de veículos, reparos e dias chuvosos. Os problemas são inevitáveis, então é melhor guardar e se preparar.
$150$175Alimentação, obviamente você não precisa comer fora várias vezes, mas sempre deve comer bem.
$50$50Seguro do veículo. Este valor é apenas uma estimativa, pois existem muitas variáveis.
$50$75Telemóvel (celular) e acesso a Internet
$150$300Combustível. Com o aumento constante dos combustíveis, você terá de viajar menos. Pare e cheire as rosas! 
$25$150Itens diversos
$25$100Lazer
$500 Total$1.000Total

Como eu falei no começo dessa postagem ao viver em seu veículo, você economiza no aluguel, no pagamento da hipoteca ou no empréstimo da sua casa. Que sem dúvida é a maior despesa do seu orçamento doméstico.

Bob, também explica, de uma forma bem simples, como você pode trabalhar um tempo e assim que juntar algum dinheiro começa a sua viagem. Ou podemos passar vários meses em um lugar e depois viajar vários meses. Quando você precisar trabalhar novamente, você consegue um emprego para lavar pratos em um hotel. Você passa os fins de semana de verão fazendo caminhadas e tirando fotos. Três meses depois, você está livre novamente. 

Se você tem uma profissão mais técnica, e com acesso à Internet, muitos trabalhos tradicionais podem ser feitos remotamente enquanto você viaja. Existem muitos livros e sites com uma grande seleção de ideias.

Já pensei numa segunda etapa do Andante Digital. Que vou fazer a opção de morar numa carrinha (van) e viajar com o dinheiro que recebo da minha aposentadoria, mais trabalho remoto pela internet. Aliás meu “sonho” seriam duas carrinhas, uma no Brasil (6 meses) e outra em Portugal (6 meses).

Fontes e Imagens: Carlos Pojo Rego, Homes on Wheels

ANDANTE DIGITAL A MINHA VERSÃO DO “NOMADLAND”

Falando novamente sobre o livro Nomadland (Amazon por R$41,90 + frete), que eu estou lendo, o filme como mesmo nome, foi baseado nele e conta a saga de americanos que vagam pelos Estados Unidos em velhas vans, pipocando de cidade em cidade a busca de empregos temporários para completar suas insuficientes ou até nenhuma aposentadorias.

Resultado de uma América doente, gananciosa e injusta. Por aqui no Brasil, em nada diferente da realidade que o filme relata, eu decidi, viver a minha versão da Nomadland. Com minha pequena aposentadoria que me sobra R $1.300,00 (€210), depois de pagar os meus empréstimos consignados, vou viver como um nômade moderno, mas, infelizmente ainda, sem as velhas Vans dormitório americanas. A andar e viajar de ônibus, morando em quartos alugados em casas de famílias e permanecendo em pequenas cidades (Morro Reuter, Picada Café) e às vezes por necessidade em médias cidades (São Leopoldo) pelo Brasil.  Mas, sempre fugindo das grandes cidades. No ano que vem (2022), se tudo correr bem com a minha nacionalidade portuguesa, também, vou ser um nômade digital no meu Portugal querido.

Adoro a leitura e vou utilizá-la como a minha principal forma de continuar a minha educação. Manter-me informado e resistente a esta sociedade brasileira que infelizmente também está muito doente. 

Esta semana, numa praça no centro de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, passei horas me deliciando com o passar das páginas desta realidade que as letras mostram da vida dos sobreviventes do falso sonho americano acordados em pleno século XXI.

Uma lista, não finalizada, em ordem alfabética dos livros que eu acho que todos deveriam ler, que vou reler um por mês (- mês/ano):
1) “Admiravel Mundo Novo” por Aldous Huxley (1894/1963)
2) “Banquete” por Platão (347 a.C.‎/‎427 a.C.)
3) “Cem Anos de Solidão” por Gabriel García Márquez (1927/2014)
4) “Crime e Castigo” por Fiódor Dostoiévski (????/1881)
5) “Demian” por Hermann Hesse (1877/1962)
6) “Dom Casmurro” por Machado de Assis (1839/1908)
7) “Dom Quixote de la Mancha” por Miguel de Cervantes (1547/1616)
8) “Ensaio Sobre a Cegueira” por José Saramago (1922/2010)
9) “Grande Sertão: Veredas” por João Guimarães Rosa (1908/1967)
10) “Hamlet” por Willian Shakespeare (1564/1616)
11) “Mrs. Dalloway” por Virginia Woolf
12) “Nomadland” por Jessica Bruder (????/ ) – julho/2021
13) “Morte em Veneza” por Thomas Mann
14) “O Processo” por Franz Kafka
15) “O Apanhador no Campo de Centeio” por J.D. Salinger (1919/2010) – agosto/2021
16) “On the road: Pé na Estrada” por Jack Kerouac
17) “O Sol é para Todos” por Harper Lee
18) “1984” por George Orwell (
19) “Você fica tão sozinho às vezes que até faz sentido” por Charles Bukowski











Fontes e Imagens: Carlos Pojo Rego