CHOVE CHUVA

Imagem de Carlos Pojo Rego

Estou numa casa incrustada em plena mata atlântica em Nova Lima, MG. Desde que aqui cheguei não para de chover, normal para essa época do ano.

Esse tempo chuvoso e frio, permite-me viver um momento de introspecção, envolto nos meus pensamentos reais e sonhos ainda mais reais. E ainda ter um tempo para ler e reler meus livros prediletos, na minha atual fase, dedicada às escritoras e aos escritores portugueses.

Agora deitado na cama a ouvir o musicado pingos da chuva no prédio, não me sinto melancólico, me sinto com uma paz interior e exterior que me comove profundamente.

E  quando estou comovido, meu corpo e meu espírito,  estão felizes.

PARA QUE SERVE A UTOPIA?

A utopia é como o horizonte, enquanto vamos andando em suas direções a utopia como horizonte estão  ainda longe e por mais que eu caminhe nunca chegarei a ele. Não chegar ao horizonte tem uma explicação simples pelo fato da terra ser redonda. Peço desculpa aos terraplanistas que acreditam que a terra seja plana.

Então para que serve a utopia? Para que tu busques o melhor e o perfeito, os nossos sonhos “impossíveis” que sempre tem algo possíveis neles. E principalmente serve para que tu não deixes de caminhar, e isso sim é importante. Jamais pare, pois, temos sempre o direito de sonhar.

O direito de sonhar como na poesia de Eduardo Galeano, “El Derecho al Delírio” que finaliza assim:

Seremos imperfeitos
Porque a perfeição continuará sendo o aborrecido privilégios dos deuses
Mas neste mundo, trapalhão e fodido,
Seremos capazes
De viver cada dia como se fosse o primeiro
E cada noite como se fosse a última.

Eduardo Galeano

Fontes e imagens: Revista Prosa e Verso

NÃO SE ADEQUAR A UMA SOCIEDADE DOENTE É UMA VIRTUDE

Nós vivemos numa sociedade pragmática e controlada, que leva a um comportamento padrão, com muitas regras e obrigações. Vivemos sempre a seguir um padrão único, como se fôssemos todos iguais. Sendo assim, a vida acaba se transformando em uma grande linha de produção, em que todos têm que fazer as mesmas coisas, ao mesmo tempo e no mesmo ritmo, de modo a tornar todos iguais, sem qualquer peculiaridade que possa definir um indivíduo de outro e, por conseguinte, torná-lo especial em relação aos demais.

Nossa sociedade hoje mata nossos sonhos e teatraliza a felicidade em vez de permitir que cada um encontre a sua própria felicidade. Somos obrigados a sorrir o tempo todo, porque não se pode jamais demonstrar fraqueza. E compactuamos com a farsa de que estamos felizes, e assim as mentiras soam como verdade.

Fontes e Imagens: Revista Prosa Verso e Arte.