A Pedalar pelo mundo

Imagem da Larissa Cantarelli

“I have a dream” (Tenho um sonho) como bem disse Martin Luther King Jr. O meu sonho é estar a viajar pela Europa de bicicleta antes de completar 80 anos. Para isso, nada melhor do que ter uma musa inspiradora, alguém que faz, e eu tenho: @larissacantarelli, uma jovem e bela mulher, que tornou-se uma amiga nos anos que convivemos e fizemos alguns projetos juntos. Eu a conheci em Pirenópolis, GO, Brasil e há  4 anos ela viaja pelo mundo sozinha de bicicleta.

Minha versão de ser um ciclo viajante é utilizar a  bicicleta Beeq, fabricada em Portugal, modelo Wild ATB M500. Ela é assistida com um motor elétrico e um duplo conjunto de bateria Snake, que garante uma autonomia de viajar até 200 km sem recarga.

Claro que é um sonho, mas para mim os sonhos são realidade que ainda não aconteceram, ou seja, como sempre a minha veia otimista está à flor da pele. Mas será necessário um investimento financeiro e um preparo físico e psicológico para esta jornada.

E que em breve eu venha sentir novamente o vento fresco no meu rosto ao passar a pedalar pelas plantações de lavanda, na estrada que liga Sainte-Croix-du-Verdon a Moustiers-Sainte-Marie no sul da França.

Eternos companheiros

Imagem de Carls Wain por Pixabay

Hoje pela manhã, fui comprar pasta de dente no mercado e vi a voar uma dupla de lindas araras. Vendo aquele casal, lembrei que elas são conhecidas por formar pares ou viver em pequenos grupos familiares, em vez de se reunirem em grandes bandos.
Como nós, as araras são seres sociais e têm uma forte necessidade de interação e companhia. Ao viver em duplas ou pequenos grupos, elas podem experimentar essa necessidade de companheirismo. Elas desenvolvem laços fortes com seus parceiros e passam grande parte do tempo juntas, cuidando uma da outra, compartilhando alimentos e voando juntas.
Senti uma forte admiração pela maneira de viver das araras. E uma pontinha de ciúme.

Mudar é preciso

Imagem de Joshua Woroniecki por Pixabay

Mais uma vez vou começar de novo. Vou contar apenas comigo, pois desta vez, estou só. E sei que vai valer a pena, como na letra da música de Ivans Lins. Pois a vida é linda e o mundo está à nossa espera

Desta vez, vou bem analisar as minhas experiências passadas e refletir sobre o que funcionou bem e o que não funcionou. Vou identificar os erros e aprender com eles e assim evitar repeti-los.

Manter  uma mentalidade positiva: ver os desafios como oportunidades de crescimento e aprendizado. Não vou me preocupar demais com os erros do passado, em vez disso, concentrar-me nas minhas habilidades e capacidades atuais.

Vou mudar de vida e de país, sem dúvida uma decisão emocionante e ansiosa. É importante pensar cuidadosamente em suas razões para fazer essa mudança e ter um plano bem elaborado para garantir uma transição suave.

Por que eu quero mudar de vida e de país? Tenho a clareza sobre meus objetivos e expectativas necessárias para que possa trabalhar na direção deles. Mas é importante entender o que me motivou a fazê-lo. Não estava bem com a vida que estava a levar, simples. De nada adianta continuar a fazer as mesmas coisas e querer ter resultados diferentes. 

E o país é apenas uma posição geográfica, por si só não resolve nenhum problema, mas, para mim, tem haver com um sentimento de resgate do meu lado português, herdado do meu avô Francisco.

O trabalhar do idoso

Imagem de Israel Trejo por Pixabay

Como é difícil conseguir um emprego para quem tem mais de 70 anos, eu tenho 74, e sinto isso na pele. Especialista como a professora Maria José Tonelli, do Núcleo de Estudos em Organizações e Gestão de Pessoas (NEOP) da FGV, explica com essa frase a realidade do mercado. “… não existe um preconceito declarado, mas, ao mesmo tempo, não há prática de seleção ou de cultura organizacional que faça o engajamento de profissionais mais velhos. Isso não mudou.”

Moral da minha história, eu nunca me preparei para a velhice com a seriedade que ela necessita. 

Infelizmente sobra o famigerado empreendedorismo, uma balela neoliberal que fala sem o menor escrúpulo que está acessível a todos os humanos. Mentira. Nessa mesma linha temos a meritocracia, talvez a maior mentira deste século. Não somos igualmente inteligentes e não temos as mesmas formações, tanto acadêmicas quanto emocionais e ainda os talentos artísticos. 

Por tanto é sempre muito mais difícil e por vezes quase impossível, para com seus próprios méritos, conseguir o tão célebre sucesso. Não deixe de ler o livro de Michael J. Sandel, filósofo, escritor, professor universitário, ensaísta, conferencista e palestrante estadunidense, a “Meritocracia, A tirania do mérito: Não deixe de ler o livro de Michael J. Sandel, filósofo, escritor, professor universitário, ensaísta, conferencista e palestrante estadunidense, a “Meritocracia, A tirania do mérito: O que aconteceu com o bem comum?” Para entender a falácia da meritocracia.

MINHA AUTOESTIMA

Imagem de StarFlames por Pixabay 

Pirenópolis, terça-feira, 7 de março de 2023. Ontem cheguei de Goiânia numa pensativa viagem de autocarro (ônibus) a cidade de Pirenópolis. Me senti injusto com meus vinte anos que aqui estive, pois, fiquei os últimos meses sempre a buscar a “felicidade” em outros mares. Ontem e durante os últimos meses, falei tanto em que “mudar era preciso”, mas não estava a perceber que não era do lugar físico, e sim, uma mudança em relação ao meu sentimento por mim.

Estava eu, disposto a fazer qualquer sacrifício para buscar esse lugar, sem me preocupar com a minha autoestima. Me sentia constantemente culpado. Perdi a leveza de ser um ser livre e estava a agir de forma lamentável para mim e/ou para as pessoas à minha volta.

Estava a buscar o meu sucesso pessoal, a comparar com os outros. A minha alegria e sofrimento não é o mesmo de uma outra pessoa. Não devo me comparar, e sim fazer o que me faz bem. Os erros que cometi no passado não quer dizer que vou cometê-los novamente. Os conceitos que criei ou que os outros criaram não podem me aprisionar. Não vou deixar que um erro cometido seja razão para desanimar. Devo perdoar os outros, mas, principalmente perdoar a mim mesmo.

Tenho de recuperar a confiança em mim. Buscar forças e voltar a confiar nos meus movimentos e para poder levar a vida para onde eu desejo. Acreditar piamente que vou ter sucesso. Agradecer as boas coisas ao meu redor e especialmente o bem que tenho dentro de mim e nas ações que fiz na vida. Comemorado com alegria merecida, os objetivos alcançados. Pois foi o melhor que tinha condições de fazer naquele momento.

O mais importante ato de crescimento da autoestima é viver o presente. Não importa o que eu já fiz ou o que irei fazer, o que eu posso fazer neste momento para ser mais confiante e me alegrar mais. 

Viver no presente é o melhor presente que posso me dar. E se o presente não está bom, mude sim e rápido.



MUDAR É PRECISO

Imagem de vasanth kumar por Pixabay

Goiânia, segunda-feira, 6 de março de 2023. Mudar de opinião é uma parte natural do processo de aprendizado e desenvolvimento pessoal. É importante lembrar que ninguém sabe tudo e que estamos constantemente expostos a novas informações, ideias e perspectivas que podem mudar a maneira como vemos as coisas. O importante é ser honesto consigo mesmo e com os outros sobre suas opiniões e estar disposto a mudar quando necessário.

Estou a mudar minhas postagens, em relação ao meu trabalho do Andante e percebo, que acabo sempre a aumentar o meu tempo de trabalho técnico de postar no blog e nas redes sociais. Pare com isso, mude. O que eu quero é ter um conteúdo que expresse meus sentimentos e que ele venha ajudar as pessoas. Não quero ficar o meu tempo todo a olhar um ecrã (monitor) e não ter tempo de viver a vida. Não quero ganhar seguidores e “bombar” na internet. Quero sim, interagir, falar e principalmente ouvir as ideias das pessoas inteligentes e éticas que conheço ou vier a conhecer por esse mundão afora.

Não há nada de errado em mudar de opinião, desde que isso seja feito com base em novos conhecimentos, sentimentos e reflexão cuidadosa. É importante estar aberto para ouvir diferentes pontos de vista e considerar diferentes perspectivas, pois isso pode ajudar a expandir nossos sentimentos sobre a vida

Por falar em mudar, hoje pago um alto preço por não ter mudado, não ter dado o devido valor e atenção a quem tinha a obrigação de fazê-lo. Não mudei meu comportamento a décadas atrás, sempre “apoiado” em mil desculpas esfarrapadas. Muito triste e terrivelmente verdadeira essa constatação. Por causa da minha falta de responsabilidade, causei para alguns, um  processo irreversível de ruptura, pois, nenhum dos envolvidos mudou de opinião ou simplesmente perdoou.  

Hoje é aniversário dos meus filhos gêmeos. Um feliz aniversário para vocês!

VOLTAR ATRÁS

Imagem de Carlos Pojo Rego

Pirenópolis, sábado, 4 de março de 2023. Me sinto desconfortável ao voltar a um lugar onde já morei, mesmo se a experiência anterior foi positiva, como é o caso de Pirenópolis, em Goiás. No entanto, é importante lembrar que cada experiência é única e que talvez você possa descobrir novos aspectos da cidade que não conhecia antes.

Muitas vezes me pego tendo sonhos e planos para a minha filha caçula, Flora, que mora em Pirenópolis, mas é sempre importante lembrar que cada pessoa tem seus próprios desejos e vontades. Embora seja natural que queiras compartilhar das paixões e experiências com aqueles que tu amas, é essencial respeitar suas escolhas e deixá-los seguir seu próprio caminho. O mais importante é que tu possas incentivar e apoiar teus filhos em seus sonhos, mas sempre com o entendimento de que são deles e não seus.

Desejo-lhe a ela uma jornada cheia de aventuras e descobertas, e que ela possa encontrar a felicidade onde quer que esteja. 

Lembre-se sempre de olhar para frente e para cima, em direção a novas possibilidades e oportunidades.

Crise

Imagem de Rudy and Peter Skitterians por Pixabay

Pirenópolis, sexta-feira, 3 de março de 2023. Tenho um amigo que está a passar por um momento difícil. Está  a completar 40 anos, que é um marco significativo na vida de alguém e muitas vezes é um momento de reflexão e reavaliação.

É comum sentir ansiedade e incerteza em relação ao futuro nessa fase da vida, mas é importante lembrar que isso é normal e faz parte do processo de crescimento e mudança. É importante que meu amigo saiba que ele não está sozinho e que há muitas pessoas que passam por isso também.

Meu amigo está se sentindo desmotivado e isolado, e ainda isso pode piorar a situação. Encorajei a procurar ajuda profissional, como um psicólogo ou terapeuta, que pode ajudá-lo a lidar com esses sentimentos e desenvolver estratégias para superá-los. Além disso, é muito importante incentivá-lo a sair de casa e participar de atividades que lhe interessam pode ajudá-lo a se sentir mais conectado e energizado.

Lembrei a ele de que é normal não ter todas as respostas e que a vida é uma jornada que envolve altos e baixos. Encorajei-o a definir pequenas metas e objetivos e a trabalhar em direção a eles. Isso, sem dúvida, vai ajudá-lo a sentir-se mais positivo e motivado.

Acima de tudo, é importante oferecer meu apoio e compreensão. Mesmo pelo pouco espaço de tempo que vou ficar na cidade. Às vezes, apenas estar lá para ouvir e apoiar pode ser muito valioso para alguém que está passando por um momento difícil.

Um dia bem motivado para todos.

CARTÃO DO CIDADÃO

Imagem de Eduardo Pojo do Rego

Brasília, quinta-feira, 2 de março de 2023. Quando cheguei na rodoviária de Brasília, sem demora chegou meu filho, Eduardo, e fomos à embaixada de Portugal pegar o meu cartão do cidadão, com direito a foto na placa de embaixada.

Sem dúvida nenhuma é para mim um momento muito especial, foram quase 4 anos que coloquei dinheiro, tempo, documentos, telefonemas para Portugal. Sem dúvida o que mais complicou foi o atestado de que não tinha cometido crime na França e nos Estados Unidos, países que já morei. Esse último foi uma verdadeira batalha, pois o documento é emitido pelo FBI – Federal Bureau of Investigation em Washington, DC, EUA. Por incrível que possa parecer tive de fazer minhas impressões digitais da forma antiga, aquelas com tinta, rolo e muito tempo na pia com água e sapólio para tirar a tinta dos dedos. Foram duas tentativas: a primeira foi em uma delegacia de polícia em Anápolis, mas como a tinta estava velha, por que não se usa mais esse sistema no Brasil, agora é eletrônico e digital, apesar da boa vontade dos policiais não ficou boa e não foi aceita pelo FBI. Segunda tentativa que fiz na Polícia Federal e foi aceita. 

Com essas idas e vindas, perdi o prazo da documentação em Portugal. Aí mais do que nunca devo a Dra. Gislaine Guerreiro, conseguiu mais tempo de prazo, me ajudou e incentivou desde o começo do meu processo. Outra pessoa que me ajudou em outro momento crucial, foi quando precisei fazer a tradução juramentada do documento que chegou do FBI do inglês para o portugues e não tinha dinheiro. Flora Lis, minha mais jovem filha, vendeu a televisão por 700 reais, que eu tinha lhe dado e paguei os 688 reais dos custos. Obrigado meninas.

Bons e viajantes dias a todos.

PARA BRASILIA

Imagem de Carlos Pojo Rego

Guapimirim, quarta-feira, 1 de março de 2023. Acordei cedo, mas atrasado para pegar um Uber, trata-se de um apelido, pois aqui nenhum utiliza o aplicativo, fala-se diretamente com o motorista por WhatsApp, e ele já estava a esperar-me na rua da casa. Desci a montanha até a paragem (ponto de ônibus) do ônibus que me levará ao Rio de Janeiro, paguei 30 reais e peguei o autocarro (ônibus) às 5h30 com um gélido ar condicionado e depois de 3 horas fiz os 61,5 km de estrada, paguei mais 25,50 reais pelo bilhete. É muito difícil viver na cidade maravilhosa, sempre encontro trânsito difícil no Rio.

No terminal rodoviário do Rio, aliás, muito bom, limpo e bem conservado, fiz o meu pequeno almoço (café da manhã) uma porção com seis minis pães de queijo e uma chávena (xícara) de café coado, por 11 reais, desisti de um outro café (lanchonete) que me pediu 17 reais pela mesma coisa. Almocei um ravioli ao molho de tomate, com mate e limão.

Depois fui para a sala VIP da empresa de autocarro (ônibus) com ar condicionado também gélido (sem pulôver, por aqui, simplesmente fico congelado), um ótimo wi-fi, uma mesa e uma cadeira para escrever no computador portátil (notebook). Depois vou almoçar e continuar a longa viagem, com exatamente  1.245,3 km, até Pirenópolis, mais de 34 horas, incluída as esperas entre as conduções.

A noite toda a viajar, aliás uma ótima viagem, pois para mim a poltrona vira uma cama de casal em um hotel, durmo a noite toda.

Conversei com a minha vizinha de lugar, uma jovem que formou-se em medicina na Argentina e Paraguai, contou-me suas peripécias até a formatura, faculdade e trabalho ao mesmo tempo. Dia 5 de março vai fazer uma difícil prova, o “revalida” para poder fazer a residência e validar o seu diploma no Brasil.

Bons e viajantes dias a todos.