Depois de mais de um ano sem sair de Pirenópolis, mudar de cidade tem um sabor especial.
Cheguei ontem à Capital Federal após três horas de ônibus e meu filho veio me buscar na rodoviária de Brasília e fui para o apartamento dele na Asa Norte.
Inicialmente, pensei que meu corpo estava apenas cansado, mas logo percebi que era um pedido genuíno por relaxamento após toda a tensão da mudança iminente para Portugal.
Na manhã seguinte, tomei café com pão e ovo e saí para explorar a SQN 215.
Acabei por encontrar-me no Parque Ecológico Olhos D’Água, a poucos passos do apartamento do meu filho.
O parque é uma verdadeira jóia natural em meio à paisagem urbana.
Este refúgio verde oferece uma experiência única aos visitantes, com suas trilhas sinuosas, riachos cristalinos e uma atmosfera de serenidade.
Ao adentrar o parque, fui imerso em uma vegetação exuberante, típica do Cerrado brasileiro.
O destaque principal são os “olhos d’água”, nascentes de água que brotam do solo e formam pequenos lagos, como o dos Sapos, com águas claras e transparentes.
As árvores altas proporcionam sombra fresca, enquanto o canto dos pássaros preenche o ar.
Como a acompanhar* os pássaros, um grupo instrumental de choro, com músicos talentosos, entoava melodias tradicionais desse gênero musical tão brasileiro.
Depois do passeio no parque, almocei com meus dois filhos mais velhos (Roberto, Eduardo e sua companheira e seu companheiro) na casa da mãe deles, numa construção no Lago Sul com mais de 50 anos, que se mantem moderna e bela, fruto de um dos projectos* de arquitectura* mais bonitos que já vi, e não é do Oscar Niemeyer.
Durante as conversas animadas, percebi que realmente estou a partir* do Brasil pela segunda vez e que a primeira já faz mais de 30 anos, que eu vivi em Saint Tropez, na França.
Mesmo com essa mudança iminente, sinto uma óptima* sensação de algo novo, com aquele cheirinho especial que nunca se esquece quando se vive em um novo país, que agora é Portugal.
(*) – São palavras utilizadas no português falado em Portugal.