CARTÃO NAVEGANTES

Imagem por Carlos Pojo Rego.

Ontem lá fui eu fazer o meu cartão de transporte para maiores de 65 anos na estação de metro de Alameda, tomei meu pequeno almoço (café da manhã)* e parti para a caminhada.

Antes de tirar fotografias para o Cartão Navegantes, parei em uma copiadora e pequenas soluções gráficas no caninho para a estação e fiquei impressionado com a quantidade de máquinas de cópias, encadernação, impressão de pequeno tamanho e de grande tamanho.

Dois jovens donos me atenderam, a foto foi feita com o telemóvel de um deles, contra a janela e com um aplicativo retirou o fundo e colocou um de cor branca e depois de cinco minutos tudo pronto, por 4,00€ 8 fotos impressas em papel fotográfico. 

Lá vou eu saltitante para a estação de metro ao chegar no Balcão de atendimento tinha de preencher a caneta um formulário, como nem eu nem a atendente tinha uma, voltei a loja que tirei a foto e eles me emprestaram uma que preenchi e voltei a estação.

Tudo pronto na hora de pagar, não aceitavam pagamento por telemóvel, apenas com cartão ou dinheiro.

Vou novamente buscar dinheiro, não sei onde, mas ao passar pelo décimo ATM, achei um com o ícone que procurava e consegui pegar dinheiro, 40 euros.

Volto à estação e faço o pedido de cartão, 12,00€, mas só fica pronto amanhã às 9h40, mais uma boa caminhada.

Numa venda de jornais comprei um chocolate, 1,50€.

Ao chegar em casa fiz e comi o meu almoço.

Às 14h30 estava agendado uma videochamada para finalizar a conta do Santander, mostrei o meu Cartão de Cidadão em todas as posições possíveis e ainda tive de raspar uma foto miniatura minhas que por causa do seu relevo faz um treck treck, e assim minha conta foi aceita.

Depois trabalhei na web, lavei a loiça e a roupa com detergente (sabão)* líquido e amaciador (amaciante)*, e fui dormir estava exausto. 

Amanhã tenho de pegar cartão Navegante, depositar no Santander e ir à Loja do Cidadão.

DESPESA TOTAL NO MÊS – 100,00€
Gasto por dia –
20,00€ (5 dias)

(*) – São palavras utilizadas no português falado no Brasil.

PRIMEIRO TOUR POR LISBOA

Imagem por Carlos Pojo Rego.

Ontem, acordei cedo e comecei a planejar meu dia, determinado a descobrir como viver em Portugal com apenas 300 euros por mês (cerca de 10,00€ por dia), incluindo alimentação, celular, transporte, higiene e saúde, fora o aluguer (aluguel)*.

Comecei o dia com um pequeno almoço (café da manhã)*  simples, sumo (suco)* de laranja, pão, queijo e iogurte. 

Depois de trabalhar online, sai para passear a pé em direcção à estação de metro Alameda, no Google Maps, a caminhada até lá seria de 5,3 km, a levar cerca de 1 hora e 15 minutos. 

Agradavelmente surpreendido, atravessei o encantador Jardim da Estrela enquanto seguia em direcção à praça Marquês de Pombal, com o majestoso Parque Eduardo VII ao fundo.

Finalmente, cheguei a uma longa praça levando a uma fonte luminosa. 

Encontrei a estação de metro, onde vou fazer, na segunda-feira, o meu cartão Viva, como vou precisar de fotos achei também uma loja que as fazem.

A minha “velha” bateria de celular acabou, uma pena, pois não pude documentar a minha volta. 

Vou precisar comprar um carregador externo logo, pois não posso ficar sem comunicação. 

Voltei para casa a confiar apenas na minha memória e a fazer uma única pergunta para me orientar, algo pelo qual me parabenizei, já que raramente consigo lembrar de caminhos que já fiz.

Como em toda grande cidade, vi muitos carros, incluindo vários modelos eléctricos da Tesla e muitos Smart, autocarros (ónibus)* vermelhos de dois andares e triciclos de 4/6 lugares para turistas

Me chamou a atenção a baixa poluição do ar, não vi nem ouvi motores a diesel nem fumo (fumaça)* de escapamento – é impressionante experimentar ar puro em uma cidade tão movimentada.

Achei encantadoras as calçadas, muitas delas adornadas com desenhos, pavimentadas com as pequenas pedras portuguesas.

Havia muitas árvores nas ruas por onde passei, proporcionando um agradável sombreamento.

Para amanhã, domingo, planejo explorar mais da cidade.

DESPESA TOTAL NO MÊS – 58,50€
Gastos por dia – 19,50€ (3 dias)

(*) – São palavras utilizadas no português falado no Brasil.

BRASÍLIA À LISBOA

Imagem por Carlos Pojo Rego

Vocês não imaginam a incrível sensação de simplesmente mover a bandeira portuguesa da direita para a esquerda nas fotos das minhas publicações na Internet.

Após 74 anos e 6 meses, Portugal tornou-se o meu país actual, e o Brasil tornou-se parte do meu bom passado.

Durante a segunda parte do voo, já a bordo de um novo avião com fileiras de 11 poltronas e 2 corredores, todas ocupadas e praticamente só com brasileiros.

A Latam é uma excelente companhia aérea com uma comida de bordo muito boa, mas nada comparado com as antigas refeições no padrão de restaurante três estrelas Michelin que tínhamos nas viagens internacionais da Varig.

Também assisti a “Napoleão“, um filme do Director Ridley Scott, que foi bom, mas não se compara à sua obra-prima “Blade Runner” (1982).

Na alfândega em Lisboa, passei pelo portão dos nativos da União Europeia, mostrei o meu cartão de cidadão, e o funcionário me disse: “Tenha um bom dia, senhor”.

Então, entrei em Lisboa.

Foi a primeira vez que entrei em Portugal dessa maneira, e sem dúvida, senti algo novo acontecendo.

Naquele momento, lembrei-me do meu filho tarólogo, Eduardo (@dudutarot), que me contou uma experiência sua com a carta da Morte, explicando que não é necessariamente algo ruim, mas sim o fim de uma vida antiga e o início de uma nova.

Comprei um chip de telemóvel português na Vodafone, mas só ficaria operacional em 24 horas, mas com o Wifi grátis no aeroporto, consegui me comunicar.

Acabou a bateria do meu celular e para carregar fui ao Starbucks e pedi café e sandes (sanduíche)* de croissant com queijo (6,85€).

Para chegar à minha morada, fui até o metro ao lado do aeroporto para comprar meu bilhete, mas como não tinha dinheiro em papel e meu cartão bancário estava apenas no celular, não consegui comprá-lo.

Por isso, acabei indo de Uber (13,84€) até o endereço, e depois passei no restaurante do Luiz para pegar a chave.

No mercadinho, na rua da morada, comprei 1 pão de forma, 1 pacote com fatias de fiambre (presunto)* da pá, 4 potes de iogurte grego e 1 litro de suco de laranja, custou 9,68€.

Trabalhei um pouco, tomei uma duche (banho)* e fui dormir.

DESPESA TOTAL NO MÊS – 30,37€
Gastos por dia – 30,37€ (1 dia)

(*) – São palavras utilizadas no português falado no Brasil.

DE BRASÍLIA A SÃO PAULO

Imagem por Carlos Pojo Rego

Acordei no meu último dia no Brasil antes da mudança para Portugal. 

Com a mala-sacola e a mochila pronta, tomei o café da manhã com meu filho e seu parceiro, e nossas conversas não eram de despedida, mas de um “até logo”.

Adorei as conversas que tivemos e gostei muito do posicionamento do meu filho em relação a vida, ele evolui uns quinze anos em três.

Fui cedo para o aeroporto de Brasília, no carro do meu filho Eduardo. 

Tive dificuldades em publicar, meu computador portátil não conseguiu se conectar ao Wi-Fi gratuito do aeroporto.

Com o voo partindo apenas às 12h30, comecei a ficar com fome e comprei um lanche com seis mini pães de queijo e um suco de laranja por 40 reais. 

Acho um absurdo os preços nos aeroportos; é exploratório, pois você não tem muita escolha além de comprar lá dentro.

Quando retornei do lanche, como o voo estava lotado, tivemos que despachar as bagagens de Brasília para Lisboa, mas pelo menos sem custo extra para o cliente.

Uma hora e quinze minutos depois, chegamos no aeroporto de Guarulhos. 

Meu voo para Lisboa continuava às 17h40 e, como ainda não havia almoçado, estava faminto. 

Peguei um sanduíche vegetariano no Subway, a única opção disponível no Portão 332, e paguei mais “apenas” 44 reais.

Depois embarquei no segundo trecho da viagem: de São Paulo para Lisboa sempre pela Latam, uma companhia aérea chilena que eu realmente gosto.

Já voei pela Latam quando fui a Machu Picchu a alguns anos atrás durante o centenário da sua descoberta da cidade secreta e também estive na capital, Lima e Cusco.

No avião, assisti a um óptimo filme argentino sobre um professor de uma escola na periferia de Buenos Aires, que tem uma aluna super dotada, com apenas 8 anos, que vive em uma família pobre, com a mãe cuidando dos filhos e o pai um catador de lixo reciclável que mal sobrevive com o que ganha.

Na próxima postagem, contarei sobre o final da viagem e meu primeiro dia em Lisboa.

(*) – São palavras utilizadas no português falado em Portugal.

ÚLTIMO DIA EM BRASÍLIA

Imagem por Carlos Pojo Rego

Hoje foi um dia repleto de pequenas atividades. 

Logo cedo, meu filho Eduardo e eu trocamos ideias sobre como incrementar o Instagram dele, o @dudutarot

Gostei das modificações que ele postou; está ficando muito bom.

Aproveitei que ele tem um  Kindle da Amazon e experimentei ler um texto nele para sentir como é ler o livro virtual O Animal Social.

Para minha surpresa, gostei muito. 

Como nômade, é impossível levar muitos livros físicos, mas com o Kindle posso ler e reler muitos livros da biblioteca virtual.

Fui conquistado pelo seu pequeno peso, boa iluminação da tela e capacidade de armazenar centenas de livros, embora goste muito do contato com o papel nos livros tradicionais. 

O Kindle é uma marca famosa entre os leitores digitais.

Após um ótimo almoço preparado pelo companheiro do meu filho, fomos à Feira dos Importados em Brasilia comprar uma capa para meu antigo celular. 

Depois, encontrei minha amiga às 17 horas. 

Foi dela que aluguei um apartamento onde ficarei por 30 dias em Lisboa, na encantadora Rua das Janelas Verdes, perto do Cais do Sodré.

Tivemos que remarcar nossa última conversa antes da minha viagem para as 20 horas, devido a um contratempo.

Voltei para casa do meu filho, jantei (uma deliciosa ratatouille com arroz e frango assado), tomei banho e peguei um Uber para conversar com a “proprietária” do apartamento em Portugal, que queria explicar tudo sobre o funcionamento dos equipamentos e outros detalhes importantes.

Cheguei de volta à casa do meu filho às 22h35, por isso estou postando mais tarde hoje, após todas essas atividades.

Amanhã, às 12h30, finalmente partirei para uma nova vida em terras lusitanas, que sem dúvida será cheia de surpresas e alegrias.

Para quem fica, um tchau…

(*) – São palavras utilizadas no português falado em Portugal.

PASSEIO NO PARQUE

Imagem por Carlos Pojo Rego.

Depois de mais de um ano sem sair de Pirenópolis, mudar de cidade tem um sabor especial. 

Cheguei ontem à Capital Federal após três horas de ônibus e meu filho veio me buscar na rodoviária de Brasília e fui para o apartamento dele na Asa Norte. 

Inicialmente, pensei que meu corpo estava apenas cansado, mas logo percebi que era um pedido genuíno por relaxamento após toda a tensão da mudança iminente para Portugal. 

Na manhã seguinte, tomei café com pão e ovo e saí para explorar a SQN 215. 

Acabei por encontrar-me no Parque Ecológico Olhos D’Água, a poucos passos do apartamento do meu filho.

O parque é uma verdadeira jóia natural em meio à paisagem urbana. 

Este refúgio verde oferece uma experiência única aos visitantes, com suas trilhas sinuosas, riachos cristalinos e uma atmosfera de serenidade. 

Ao adentrar o parque, fui imerso em uma vegetação exuberante, típica do Cerrado brasileiro. 

O destaque principal são os “olhos d’água”, nascentes de água que brotam do solo e formam pequenos lagos, como o dos Sapos, com águas claras e transparentes. 

As árvores altas proporcionam sombra fresca, enquanto o canto dos pássaros preenche o ar.

Como a acompanhar* os pássaros, um grupo instrumental de choro, com músicos talentosos, entoava melodias tradicionais desse gênero musical tão brasileiro. 

Depois do passeio no parque, almocei com meus dois filhos mais velhos (Roberto, Eduardo e sua companheira e seu companheiro) na casa da mãe deles, numa construção no Lago Sul com mais de 50 anos, que se mantem moderna e bela, fruto de um dos projectos* de arquitectura* mais bonitos que já vi, e não é do Oscar Niemeyer.

Durante as conversas animadas, percebi que realmente estou a partir* do Brasil pela segunda vez e que a primeira já faz mais de 30 anos, que eu vivi em Saint Tropez, na França. 

Mesmo com essa mudança iminente, sinto uma óptima* sensação de algo novo, com aquele cheirinho especial que nunca se esquece quando se vive em um novo país, que agora é Portugal.

(*) – São palavras utilizadas no português falado em Portugal.

ADEUS PIRENÓPOLIS

Imagem por Carlos Pojo Rego.

Ontem, despedi-me de Pirenópolis, em Goiás, após duas décadas de residência aqui. 

Parto com orgulho dos anos gratificantes que vivi nesta cidade.

Cheguei em 2000 e desde então participei ativamente na comunidade: lancei um site de turismo online, fundei uma escola de informática, contribui para a criação de um instituto cultural e de um ponto de cultura apoiado pelo Ministério da Cultura. 

Também me envolvi em um projeto para transformar aguapé de uma represa em adubo orgânico. 

Além disso, assumi por duas vezes o cargo de secretário municipal de cultura e turismo, lecionei na Universidade Estadual de Goiás, obtive graduação em Turismo, pós-graduação em Gerenciamento de Projetos e mestrado em Ciências Ambientais. 

Recebi o título de cidadão pirenopolino e compartilhei momentos significativos com duas namoradas, dois casamentos, alguns amigos e amigas, além de dois enteados e uma filha.

Foram anos repletos de diversas atividades, mas cerca de cinco anos atrás, decidi buscar uma nova vida na Europa. 

Após enfrentar muitos desafios burocráticos, obtive a cidadania portuguesa. 

Atualmente, estou em processo para garantir a nacionalidade portuguesa para minha filha pirenopolina, Flora.

Muitos residentes locais, especialmente aqueles que nunca deixaram a região, demonstram surpresa pela minha partida e presumem que não aprecio mais esta cidade. 

No entanto, guardo grande apreço por Pirenópolis, onde passei a maior parte da minha vida. 

No entanto, a sensação de viajar pouco durante esse tempo me fez perceber que preciso explorar novos horizontes.

Sinto falta do desconhecido, da novidade, que me fazem sentir mais vivo do que nunca e ansioso para desbravar as terras portuguesas que me aguardam.

Em 11 de abril de 2024, às 7h30, quando o avião da Latam aterrissar no aeroporto de Lisboa, iniciarei um novo capítulo da minha vida, assim como fiz quando cheguei a Pirenópolis em 2000.

Nova morada*, nova vida.

(*) – São palavras utilizadas no português falado em Portugal.

.

FINALMENTE EM BRASÍLIA

Imagem por Carlos Pojo Rego

Mudar de um ambiente que foi positivo pode parecer contraintuitivo, especialmente quando há conforto e familiaridade. 

No entanto, o meu desejo por novas experiências e oportunidades muitas vezes nos impulsiona para além dos limites conhecidos. 

É uma busca pela renovação pessoal e pelo crescimento que nos motiva a explorar o desconhecido, mesmo que isso signifique deixar para trás algo que valorizamos.

Mas, ontem a ficha finalmente caiu. 

Percebi o que significa deixar Pirenópolis onde vivi por mais de 20 anos e ter que deixar minha filha caçula na cidade. 

Uma cidade pela qual aprendi a gostar e me apaixonar, foram muitos anos bons com várias atividades, algumas inesquecíveis e outras nem tanto.

Há uma força especial nisso, especialmente agora, com a idade e a consciência mais madura sobre os riscos envolvidos, mas a adrenalina venceu e parti.

Agora estou em Brasília, Distrito Federal, Brasil, depois de mais de um ano sem me mover para outra cidade. Foi triste, mas necessário.

Meu filho e seu parceiro vieram me buscar na rodoviária e fomos deixar na casa onde minha amiga e futura companheira de viagem em Portugal vai ficar hospedada.

Fomos a um restaurante comer galeto à la gaúcha, frango ao primo canto (frango abatido com 20/25 dias de vida) com polenta, macarrão, salada de batata com maionese, pepino em conserva, etc.

Uma boa lembrança do meu filho Eduardo e da minha mãe, que era a programação de quase todos os domingos na casa dela no Lago Sul, Brasília.

Vocês não podem imaginar a minha alegria em finalmente poder, depois de mais de um ano sem sair de Pirenópolis, economizar dinheiro para poder me mudar de “malas e cunhas” para Portugal. 

No meu caso, tudo que tenho está em uma mala de tecido para caber na parte superior da cabine do avião e uma mochila de 30 litros para colocar debaixo da poltrona do ocupante do avião na minha frente.

Estava a precisar* sair, viajar, mudar… e fui.

(*) – São palavras utilizadas no português falado em Portugal.

PAMONHARIA SOUZA

Imagem por Carlos Pojo Rego.

Outro local crucial para alcançar minha meta de ir para Portugal em abril de 2024 foi a Pamonharia Souza, graças aos amigos Floriano e Ordeans. 

Utilizei a pamonharia como meu ponto de acesso à internet para atualizar minhas redes sociais e acabei conhecendo melhor a irmã Ana, que também trabalha lá, além de dois irmãos frequentadores assíduos em busca de suas pamonhas.

Quando Ordeans teve que viajar para ver seus netos, acabei assumindo temporariamente o trabalho lá, servindo pamonhas, empadão goiano, pastéis, os 4 tipos de pamonhas disponíveis (salgada, doce, à moda com linguiça e pimenta, e com jiló e pimenta), caldos de frango com milho, curau (mingau de milho doce com canela), pamonha frita e suco de milho. 

Em troca, além de fortalecer nossa amizade, desfrutei de três ótimas refeições diárias.

Também aprendi a preparar pamonhas e risoles fritos, com recheios de carne ou milho, cozinhar as pamonhas na água e assar no forno os empadões goianos. 

Sendo gaúcho, nunca havia experimentado pamonha até me mudar para Brasília. 

Foi lá que experimentei pela primeira vez, já aos quase 30 anos. 

Mas em Goiás, é o prato mais típico e amado por todos, verdadeiramente delicioso.

O empadão goiano, ou melhor, pirenopolino, era tradicionalmente servido apenas durante as festas de Natal por muitos anos. 

Hoje em dia, é apreciado durante o ano inteiro. 

É composto por uma mistura interna de frango, linguiça com pimenta, batata, azeitona e molho de tomate, envolvidos em uma massa deliciosa.

Essas duas famílias Lobo de Pirenópolis, que coincidentemente compartilham o mesmo sobrenome, me proporcionaram a oportunidade real de perseguir um sonho no qual investi 5 anos e que está prestes a se concretizar em apenas 4 dias: mudar-me para Portugal como cidadão português. 

Já os mencionei anteriormente, mas todos os membros da família Lobo que estiveram envolvidos nesse processo merecem, sem dúvida, minha eterna gratidão.

(*) – São palavras utilizadas no português falado em Portugal.

JANTAR COM AS FILHAS

Imagem por Wolly.

Na semana passada, fui convidado para jantar pela minha filha Flora e sua prima Geórgea, que é como uma quarta filha para mim, no excelente restaurante onde Flora trabalha como subgerente, o Chico de Sá, em Pirenópolis, Goiás, Brasil.

A refeição foi impecável, acompanhada do vinho, Bresesti Carbenet Franc Rose, preferência de Flora, cujo rótulo, traz uma figura que parece ser feita à sua imagem.

No jantar, percebi o quanto eu vou sentir falta dela em Portugal, a filha com quem convivi por mais tempo, praticamente desde o dia em que nasceu, com apenas alguns poucos anos de intervalo.

Foi emocionante observar seu crescimento e sua assunção* de responsabilidades, tanto no trabalho quanto na administração da morada* que aluga para turistas. 

Isso me fez lembrar de poucos anos atrás, quando tinha 18 anos e estava um tanto perdida.

Sem dúvida, foi uma bela evolução, conquistada por sua própria consciência. 

Sinto-me muito feliz e espero que em breve ela parta para o mundo em busca de seus sonhos.

Agora, sendo também filha de um português, ela certamente se tornará uma verdadeira portuguesa e terá a oportunidade, quando desejar, de explorar este mundo maravilhoso que a espera.

Fico contente, pois meus outros cinco filhos são fontes constantes de orgulho e satisfação.

Embora seja a caçula, por enquanto, em tom de brincadeira, quis destacar a atenção que, infelizmente, não dediquei aos meus outros filhos e filhas. 

Agradeço às mães e aos padrastos, que sem dúvida fizeram um trabalho excepcional em sua formação, educação, caráter e intelecto.

Todos nós nos encontraremos nas terras lusitanas, unidos como portugueses que somos, pelo sangue de meu avô português que corre em nossas veias.

Valeu a pena? Tudo vale a pena,

Se a alma não é pequena.

Ao mestre Fernando Pessoa, autor desse poema, com carinho.

(*) – São palavras utilizadas no português falado em Portugal.