MOINHOs de SAL E PIMENTA

Imagem do fabricante.

Um conjunto de moinhos ou moedor com 2 unidades de 10 cm: 1) para moer sal grosso, na cor branco fosco e 2) para moer pimenta do reino em grão, na cor preta fosca. Uso o melhor do mundo, meu luxo, fabricado em madeira pela Peugeot, que também fabrica automóveis. Sem dúvida um Objeto com Alma (Obcjeto com Alma).

Desde o século XVIII a família francesa Peugeot estava envolvida em diversos negócios. Sempre tendo o aço como matéria prima, fabricavam ferramentas, molas, armações de guarda-chuvas, e moedores.  

Os moedores de sal, pimenta e café começaram a ser fabricados em 1842. As bicicletas vieram em 1882, e em 1889 circulou o primeiro carro Peugeot, mais parecido com uma charrete, com três rodas e movido a vapor.

No ano seguinte veio um quadriciclo a gasolina e em 1895 o pioneirismo foi parar nas rodas: numa corrida entre Paris e Bordeaux, os carros usavam pneus de borracha, numa parceria com os irmãos Michelin.   

Interessante nessa história é que embora não sejam nem de longe a principal fonte de renda da Peugeot, os moedores continuam sendo fabricados, e no Brasil podem ser comprados, alguns deles ao preço de uma prestação de carro, na Boutique Peugeot. 

AME-O OU DEIXE-O

Imagem da minha companheira

A frase publicitária da ditadura militar nos anos 70 – Ame-o ou deixe-o, que ficava nos pára-brisas dos carros. E alguns brasileiros, completavam a frase com – O último que sair apague a luz do aeroporto.

Bem, hoje quando faltam apenas alguns meses para deixar o Brasil, rumo a minha segunda pátria, Portugal. Hoje o Brasil está melhor do que nos anos 70. Mas como estou a buscar a algumas décadas uma vida mais justa, e o nosso país não tem tratado muito bem seus compatriotas. Basta ter de usar os transportes públicos, de baixa qualidade e caros, estradas em péssimas condições, falta de saneamento, saúde pública precária, educação sofrível e um salário mínimo oficial miserável equivalente a €246,72, para sentir na pele esse tratamento. 

Não sou marinheiro de primeira viagem. Nos anos 60 morei em Lexington, EUA, adolescente e com meus pais, por dois anos. Nos anos 90, trabalhei em Saint Tropez, França, por seis anos. Somos só, 4.598.035 de brasileiros que vivem no estrangeiros (2023), portanto, ainda podemos deixar as luzes do aeroporto acessa.

Segue os 10 países com mais brasileiros: Estados Unidos com 1.900.000 (41,3%); Portugal com 430.000 (8,8%); Paraguai 254.000 (5,5%); Reino Unido, 220.000 (4,8%); Japão, 206.900 (4,5%); Espanha,  165.000 (3,5%); Alemanha, 160.000 (3,5%); Itália, 157.000 (3,4%); Canadá, 133.100 (2,9%) e Guiana Francesa, 91.500 (1,9%).

Comprei o bilhete de avião só de ida, e pretendo viver além mar por tempo indeterminado, uma volta às raízes de meu avô paterno, Francisco do Rego Carranca, nascido na região norte de Portugal, Lousã. Vou buscar estas raízes perdidas em Portugal e vivê-las intensamente, sem o brasileiríssimo arroz com feijão, mas com as sardinhas na brasa e azeite de oliva bem portugueses. Me sinto português, pois tenho dupla nacionalidade, a brasileira e a portuguesa, com registro de nascimento e todos documentos portugueses. 

Até mais ver …

MAR SEM FIM

Imagem da Brittany Ferries

Na grande viagem de Portugal à Noruega pela ciclovia Eurovelo 1, vou atravessar o mar
algumas vezes. A primeira travessia é entre a França e a Inglaterra pelo Canal da Mancha.
Da cidade de Roscoff, na França até Plymouth, no Reino Unido, pela empresa Brittany
Ferries, somente ida, com um custo para uma pessoa e uma bicicleta de £75,00 (libras
esterlinas) ou €87,00 (R$468,06), com a duração da travessia de 5 horas e 50 minutos.
A segunda travessia pelo mar na Ferry Hopper da cidade de Fishguard no Reino Unido a
Rosslare Harbour na República da Irlanda preço da viagem £42,00 (libras esterlinas) ou
€48,72 (R$262,11) com a duração de 4 horas.
A terceira travessia pela empresa Ferry Hopper de Belfast e Belfast na República da Irlanda
até Cairnryan no Reino Unido, o preço da travessia £42,00 (libras esterlinas) ou €48,72
(R$262,11) com a duração de 2 horas e 20 minutos.
Finalmente a quarta travessia de mar entre as cidades de Aberdeen na Escócia e Bergen
na Noruega. Depois de muita procura na internet não consegui achar nenhuma empresa de
ferry que faça este trajeto no mar do Norte. Assim que conseguir esta informação repasso a
todos.
Ainda é uma primeira busca de informações, ainda vou ter de fazer várias pesquisas para
conseguir informações fidedignas sobre tão extenso trajeto. Um trabalho gostoso que me
perfuma com o aquele cheiro típico da maresia da beira dos mares que vou encontrar pelo
caminho.
Na semana que vem vou começar a planear todo o trajeto da Eurovelo 1 com os seus
detalhes: as cidades, os lugares a visitar e acampar. as comidas e bebidas típicas dos
locais que estarei a passar. Criei um grupo no Facebook, para trocar informações e
conhecimentos com cicloturistas do mundo
Vou começar pela cidade de Valença, na sub-região do Alto Minho, pertencendo à região
do Norte e ao distrito de Viana do Castelo a pedalar até o Cabo Norte (Nordkapp em
norueguês), na Noruega, que é referenciado como o mais setentrional ponto da Europa, de
coordenadas 71° 10′ 21″ N 25° 47′ 40″ E.

EUROVELO 1 – PORTUGAL À NORUEGA

Imagem da EuroVelo

Já venho a falar desta viagem em algumas das postagens anteriores, a mostrar os equipamentos que vou utilizar na grande viagem a pedalar (e-bike) de Portugal até à Noruega para ver a aurora boreal.

Hoje falo mais do trajeto da ciclovia Eurovelo 1, conhecida como Rota da Costa Atlântica. Em Portugal parto da cidade de Viana do Castelo, depois em direção ao sul, para Lisboa, passando pelas cidades do Porto, de Aveiro, de Ericeira, de Cascais e de Lisboa este Primeiro trecho – Frente para o Atlântico Selvagem. O Segundo trecho – Novo mundo e praias ensolaradas, desce junto à costa por Setúbal, Sines pelo Alentejo e depois até a ponta mais ao sul de Portugal na Fortaleza de Sagres e segue pelo Algarve em direção a Espanha, passando por Albufeiras, Faro, e Vila Real de Santo António, e cruza a fronteira para Espanha indo até Hueva. Agora em direção a norte em território espanhol o Terceiro trecho – Vinho e Património Mundial passa por Mérida, Cáceres, Plasencia, Zamora, Burgos e Irunã-Pamplona.  segue pelo Quarto trecho – Atlântico ao Reino de Navarra pela costa francesa até Nantes e depois até próximo de Brest, onde atravessa-se pelo mar em um barco até o Quinto trecho – Bretanha e Grã Bretanha, em Plymouth no Reino Unido depois Bristol e a finalizar este trecho no Parque Pembrokeshire.

Agora em território da República da Irlanda o Sexto trecho – Costa Celta, na cidade de Waterford até Belfast. Novamente um trecho marítimo até a Grã Bretanha. O Sétimo trecho – Vales Celtas, de Stanraer até Aberdeen, passa por Glasgow. Mais uma travessia por mar, a maior distância que já foi percorrida para chegar à Noruega. Na cidade de Bryggen no começo do Oitavo trecho – Terra dos Fiordes até Vega e finalmente o último, Nono trecho – Terra do Sol da Meia-noite que vai até o Cabo Norte é o ponto final do continente europeu, 71º norte. O penhasco íngreme da montanha se eleva 307 metros acima do oceano Ártico. Este é o início da Eurovelo 1 – Rota da Costa Atlântica.

Voltarei a falar na viagem em outras postagens.

MORAR À VIAJAR

Imagem do Google

Bom dia, cá estou eu a falar sobre como vou morar durante os meses da viagem que vou fazer de Portugal a Noruega, para ver pela primeira vez uma aurora boreal, em setembro de 2024, pedalando uma Beeq, bicicleta elétrica assistida. São aproximadamente 3.200 km de ida. Devo demorar, com um deslocamento de 40 km por dia e viajar 5 dias por semana, devo ficar na estrada uns 4 meses. 

Para estar em uma destas cidades, Alta, Bodø e Kirkenes, no círculo polar ártico, ao norte da Noruega em setembro, o começo da  época para curtir o incrível verde da aurora boreal. Tem um sítio (site) Norway Lights, que fala das localidades e das datas específicas para melhor  ver a aurora boreal no pais.

Vou deixar Lisboa lá pelo mês de maio e seguir pela rota 1 da Eurovelo, ciclovia que corta a Europa de sul a norte pelo costa atlântica. A rota 1 começa em Portugal, depois Espanha, França, República da Irlanda, Reino Unido e Noruega. Tem na viagem duas travessias marítimas, entre a França e o Reino Unido e depois da Irlanda a Noruega.

Sou fã do Almir Klink, quando ele fala de planeamento (planejamento), não é uma planilha estática e sim estar preparado para mudar de rota da viagem a cada 30 minutos, pois é um organismo vivo, um recurso dinâmico que vai se alterando. Por isso é importante ter ferramentas para se adaptar às mudanças. Estou a fazer este projecto (projeto) com dedicação e sempre com duas ou mais opções de mudança após alguma dificuldade.

A temperatura média máxima no norte da Noruega em setembro é de 10° e a mínima de 5°. A do mar está em torno dos 12° graus. Em setembro há 17 dias de precipitação com um total de 66 mm. Ou seja, é importante estar com a “morada” preparada para as temperaturas e as chuvas. Uma opção de camping, a um custo de €22 a diária por tenda é no sítio (site) Pitchup

“Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem ou que os seus planos nunca vão dar certo” de Renato Russo.

A Pedalar pelo mundo

Imagem da Larissa Cantarelli

“I have a dream” (Tenho um sonho) como bem disse Martin Luther King Jr. O meu sonho é estar a viajar pela Europa de bicicleta antes de completar 80 anos. Para isso, nada melhor do que ter uma musa inspiradora, alguém que faz, e eu tenho: @larissacantarelli, uma jovem e bela mulher, que tornou-se uma amiga nos anos que convivemos e fizemos alguns projetos juntos. Eu a conheci em Pirenópolis, GO, Brasil e há  4 anos ela viaja pelo mundo sozinha de bicicleta.

Minha versão de ser um ciclo viajante é utilizar a  bicicleta Beeq, fabricada em Portugal, modelo Wild ATB M500. Ela é assistida com um motor elétrico e um duplo conjunto de bateria Snake, que garante uma autonomia de viajar até 200 km sem recarga.

Claro que é um sonho, mas para mim os sonhos são realidade que ainda não aconteceram, ou seja, como sempre a minha veia otimista está à flor da pele. Mas será necessário um investimento financeiro e um preparo físico e psicológico para esta jornada.

E que em breve eu venha sentir novamente o vento fresco no meu rosto ao passar a pedalar pelas plantações de lavanda, na estrada que liga Sainte-Croix-du-Verdon a Moustiers-Sainte-Marie no sul da França.

CARTÃO DO CIDADÃO

Imagem de Eduardo Pojo do Rego

Brasília, quinta-feira, 2 de março de 2023. Quando cheguei na rodoviária de Brasília, sem demora chegou meu filho, Eduardo, e fomos à embaixada de Portugal pegar o meu cartão do cidadão, com direito a foto na placa de embaixada.

Sem dúvida nenhuma é para mim um momento muito especial, foram quase 4 anos que coloquei dinheiro, tempo, documentos, telefonemas para Portugal. Sem dúvida o que mais complicou foi o atestado de que não tinha cometido crime na França e nos Estados Unidos, países que já morei. Esse último foi uma verdadeira batalha, pois o documento é emitido pelo FBI – Federal Bureau of Investigation em Washington, DC, EUA. Por incrível que possa parecer tive de fazer minhas impressões digitais da forma antiga, aquelas com tinta, rolo e muito tempo na pia com água e sapólio para tirar a tinta dos dedos. Foram duas tentativas: a primeira foi em uma delegacia de polícia em Anápolis, mas como a tinta estava velha, por que não se usa mais esse sistema no Brasil, agora é eletrônico e digital, apesar da boa vontade dos policiais não ficou boa e não foi aceita pelo FBI. Segunda tentativa que fiz na Polícia Federal e foi aceita. 

Com essas idas e vindas, perdi o prazo da documentação em Portugal. Aí mais do que nunca devo a Dra. Gislaine Guerreiro, conseguiu mais tempo de prazo, me ajudou e incentivou desde o começo do meu processo. Outra pessoa que me ajudou em outro momento crucial, foi quando precisei fazer a tradução juramentada do documento que chegou do FBI do inglês para o portugues e não tinha dinheiro. Flora Lis, minha mais jovem filha, vendeu a televisão por 700 reais, que eu tinha lhe dado e paguei os 688 reais dos custos. Obrigado meninas.

Bons e viajantes dias a todos.

MON ONCLE: UM DOS MEUS FILMES PREFERIDO.

A mais de 50 anos eu assisti este clássico do cinema mundial do diretor, roteirista, ator e algumas “coisitas” a mais Jacques Tati.Mon Oncle”, um filme francês de 1958, colorido, resume muito bem a arquitetura e a cidade de meados do século XX, pelo menos em ambas extremidades mais reconhecíveis. O filme de Jacques Tati mostra o contraste entre dois mundos, o moderno, exagerado por um otimismo futurista, e o tradicional, representado pelo bairro antigo e popular de um dos arrondissement de Paris. Estes dois mundos são representados no filme de Tati, o elo de  ligação entre esses dois mundos completamente diferentes, é uma criança, um dos personagens mais interessantes. O tio da criança, Monsieur Hulot, que vive na parte antiga da cidade e a irmã de Hulot, mãe da criança, é casado com Arpel, um fabricante de plásticos de sucesso, que vive no bairro da moda, em uma casa moderna e tem uma família moderna. 

Enquanto a “eficiência” parece ser a palavra que expressa a casa moderna, com seus aparelhos eletrônicos  controlados à distância e os eletrodomésticos onipresentes na vida familiar; é a “ineficiência”, a que é retratada no bairro antigo, onde ninguém parece fazer o que deve fazer: o verdureiro vende numa  mesa de um bar a  50 metros da verdureira, o varredor não varre, etc. 

Cada vez mais que eu vivo, mais tenho certeza, que para mim a maneira de viver tem que ter mais “ineficiência” do antigo e menos “eficiência” do moderno, apenas umas pinceladas bem dosadas. E, vamos em busca da felicidade!

Fontes e Imagens: Archdaily

MOBILIZE: FAMÍLIA DE VEÍCULOS ELÉTRICOS DA RENAULT

A família Mobilize com o conceito EZ-1 da Renault, tem três modelos,  Duo, Bento e Hippo, destinados aos serviços de compartilhamento e entregas urbanas.

A Mobilize é um braço da Renault que oferece serviços de mobilidade nas cidades através de veículos compartilhados e além disso tem foco na economia circular, trabalhando em como dar uma segunda vida às baterias, reciclá-las e desenvolver plataformas de última geração para o gerenciamento dessas novas demandas.

Mobilize DUO: um carro elétrico de passageiros de dois lugares para o serviço próprio de compartilhamento. Pode acomodar duas pessoas. A marca francesa anunciou que o modelo é até 95% reciclável.

Mobilize BENTO é uma variante de carga baseado no DUO e possui um compartimento de carga com volume de um metro cúbico.

Mobilize HIPPO é um pequeno veículo elétrico para entrega de mercadorias em áreas onde a circulação de veículos com motores a combustão é proibida, como em armazéns fechados ou em regiões centrais das cidades. O pequeno veículo elétrico pode transportar até três metros cúbicos de carga com peso de até 200 quilos.

Os veículos serão equipados com uma a quatro baterias com capacidade de 2,3 kWh a 9,2 kWh. 

Fontes e Imagens: Insideevs 

PESSOAS FELIZES NÃO PRECISAM CONSUMIR

Serge Latouche, filósofo, nascido na França há 70 anos, o ideólogo do decrescimento, estudou como nossa sociedade criou uma religião em torno do crescimento e do consumismo. Latouche salienta que o ritmo atual de crescimento da economia global é tão insustentável como a deterioração e a falta de recursos no planeta.

Na sua opinião, se a queda do crescimento não for controlada, “a queda que já estamos experimentando” será o resultado do colapso de uma forma insustentável do capitalismo, e também será excessiva e traumática.

A partir de um projeto qualificado como “ecossocialista”, além de consumir menos, a sociedade deve consumir melhor, para qual propôs que se produzisse perto de onde mora e de forma ecológica evitar que por qualquer fronteira circule milhares de caminhões transportando comida.

Ele lembra com um louvor ao estoicismo representado por Sêneca: “A felicidade não é alcançada se não podemos limitar nossos desejos e necessidades.”

Fontes e Imagens: Pensar Contemporâneo